Por Samuel Gonçalves da Silva
A crise

Em tempos de crise, cortar custo é palavra de ordem, porém, é necessário tomar alguns cuidados com relação aos cortes. Temos que avaliar muito bem o que será cortado, se é realmente necessário e quais os impactos futuros que tais cortes causarão.

Não podemos, simplesmente, diante do que vem acontecendo imaginar o pior, entretanto, não podemos ser otimistas demais. Citamos isso, pois no geral, hoje, nós consultores, identificamos dois pensamentos distintos no mercado; os que acreditam na crise como um fato IRREVERSÍVEL e DURADOURO e os que, simplesmente, IGNORAM a crise.

Nesse momento temos que aprender a “escolher os pensamentos e não reagir apavorados” ¹, ou seja, avaliar a situação com clareza. Nos dois casos acima a situação não está sendo avaliada com clareza e discernimento.

Só para termos uma idéia, algumas empresas criaram três planejamentos estratégicos para esse momento de crise; um visando o melhor cenário, outro visando um cenário intermediário e por último o pior cenário. Outras empresas com base na evolução do faturamento criaram até seis planejamentos. Isso reforça a posição de que não podemos ficar de braços cruzados.

Voltando um pouco a questão de “CORTE DE CUSTOS” devemos atentar-nos a alguns pontos que são fundamentais.

1 – É necessário cortar custos ou o “impulso” do mercado está no levando a isso sem que possamos “escolher os pensamentos”?

Toda atitude tomada gerará impactos no futuro, portanto é necessário avaliar se realmente o corte é necessário. Se o corte se mostrar inevitável, lembre-se de avaliar os dois pontos seguintes.

2 – Qual a diferença entre custo e investimento?

Muitas empresas na ânsia de reduzir custos nesse momento, ou seja, olhando a curto prazo, suspendem alguns investimentos imaginando que fizeram a melhor escolha. Se no momento da decisão foi avaliado apenas o valor, com certeza um grande erro está sendo cometido. É necessário antes de determinar o corte, avaliar o Pay-back (retorno) que tal investimento trará a curto, médio e longo prazo. Talvez esse investimento seja o diferencial competitivo na retomada do crescimento.

3 – Cortar funcionários é uma boa idéia?

Os preferidos são os funcionários, mas não podemos esquecer que o custo de demissão é tão grande quanto o tempo de “casa” que o profissional possuir. Analisando que todas as crises existentes foram deixadas para trás; é necessário fazer contas, ou seja, avaliar se o custo da demissão somado ao custo de contratação será interessante ou não. O que aparentemente é corte, pode-se tornar um grande ônus.

4 – E quando o mercado se recuperar?

No momento que o mercado começar a aquecer novamente, os que não deixaram para trás os investimentos básicos sairão na frente.

Com base no mencionado anteriormente devemos lembrar de duas palavras: PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO.

Lembre ainda que o ócio nos ajuda muito, portanto, talvez seja o momento de “cuidar da casa” e tirar os projetos parados da gaveta e reavaliá-los. Muitos projetos e desejos ficam engavetados pela correria do dia-a-dia. Então faça desse momento um momento de renovação.

Não se permita entrar na roda do desespero e do desânimo. Encare as dificuldades e enxergue as oportunidades.

¹ Pai Rico, Pai Pobre, Robert T. Kiyosaki e Sharon L. Lechter

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